Tenho escrito sobre a avidez mesquinha dos rentistas que se atiram sobre os tostões dos trabalhadores com fúria de tubarões que abocanham bilhões.
A última deles foi a correção dos valores do seguro-desemprego com índices inferiores aos da correção do salário mínimo.
Enquanto a discussão acontecia, no âmbito do ministério do Trabalho e do CODEFAT, plantaram nos jornalões o “paradoxo” do aumento dos gastos com o seguro-desemprego e a diminuição do desemprego, insinuando descontrole e fraude.
Ao mesmo tempo, como gato escondido com rabo de fora, trovejaram contra a própria lei de reajuste do salário mínimo, chamando-a de “indexação indesejável”.
Resultado: seus colegas do governo e do patronato, favoráveis ao rentismo e apavorados com o travamento da economia e do Estado, engoliram a pílula e com a coragem dos irresponsáveis diminuiram a correção do seguro-desemprego, impedindo reajustes superiores à inflação, como vinha ocorrendo até recentemente.
Que economia pode advir deste corte, se comparada às benesses governamentais aos empresários, aos próprios rentistas e aos que pouco ligam para os milhões de demitidos com a rotatividade maligna do mercado de trabalho?
A Força Sindical e as outras centrais posicionaram-se rápida e vigorosamente contra o esbulho e, além de contestarem judicialmente a medida, preparam novas discussões no CODEFAT, agora presidido rotativamente pela CUT.
Ao lutar pelo reajuste do seguro-desemprego acompanhando o reajuste do salário mínimo o movimento sindical enfrenta, desde já, a luta pela aplicação do próprio reajuste do salário mínimo de acordo com a lei.
Autor: Jornalista João Guilherme Vargas Neto